10 de abril de 2024

A importância da brincadeira no desenvolvimento infantil

Trabalhos domésticos e atividades econômicas exaustivas. Eram horas e mais horas sem descanso, com alimentação escassa e poucos recursos tecnológicos. As ferramentas e máquinas agrícolas, por exemplo, demorariam alguns séculos para diminuírem o trabalho de crianças e adultos e aumentarem a produtividade.

Naquela época, durante a Antiguidade (entre 4.000 a.C. e 476 d. C.), a sociedade encarava as crianças como adultos em miniatura. Essa dura realidade persistiu por gerações.

Nos séculos XIX e XX, alguns movimentos de reforma social e leis de proteção à infância promoveram mudanças significativas na forma como enxergamos essa fase da vida.

O trabalho árduo cede lugar, então, às atividades educacionais e recreativas. Hoje, a brincadeira nos primeiros anos de vida ganha, cada vez mais, protagonismo, não apenas enquanto diversão, mas como espaço privilegiado para educar, construir e socializar.

Neste conteúdo, abordamos alguns dos principais aspectos relacionados ao brincar e sua importância no desenvolvimento integral das crianças.

Desenvolvimento multidimensional

Como dito acima, pesquisas e pedagogias elaboradas nos últimos anos já analisam as brincadeiras infantis para além da diversão. Existem diversos benefícios psicomotores, cognitivos, afetivos e sociais às crianças em ambientes lúdicos adequados. Vejamos alguns:

• Desenvolvimento físico
As brincadeiras desenvolvem habilidades motoras grossas e finas. Atividades como correr, pular e escalar fortalecem os músculos e melhoram a coordenação motora.

• Desenvolvimento cognitivo
Ajudam a explorar o mundo ao seu redor, conhecendo e experimentando diferentes objetos, formas, texturas, cores e padrões. O brincar estimula o pensamento criativo, a resolução de problemas e a imaginação, além da capacidade de concentração.

• Desenvolvimento emocional
Auxiliam na expressão de emoções e desenvolvem empatia, autocontrole, autoconfiança e resiliência. Crianças e adolescentes têm apresentado, prematuramente, sinais de estresse, ansiedade e até depressão. As brincadeiras, fundamentalmente as coletivas, podem contribuir para ambientes, físicos e psicológicos, mais saudáveis e construtivos.

• Desenvolvimento social
Falando em atividades em grupo, as interações sociais positivas nutrem conceitos como colaboração, negociação e compartilhamento. Trabalhar em equipe, respeitar a opinião dos outros e resolver conflitos de maneira harmoniosa e associativa.

• Desenvolvimento linguístico
Segundo Winnicott (1975), “É no brincar, e somente no brincar, que o indivíduo, criança ou adulto, pode ser criativo e utilizar sua personalidade integral; e é somente sendo criativo que o individuo descobre o eu.”. Na brincadeira, praticamos e aprimoramos nossas habilidades linguísticas, usando vocabulário, linguagem corporal e comunicação não verbal. Momentos lúdicos que, quase sem querer, desenvolvem linguagem, alfabetização e habilidades avançadas de comunicação.

Manipular objetos, brinquedos e interagir com seus pares e com o ambiente. Durante a brincadeira, as crianças compreendem e desenvolvem seu universo particular e coletivo. Alargam seus horizontes e perspectivas.

Por muitos e muitos séculos, a criança não era percebida nem respeitada como sujeito. Atualmente, em certa medida, o mundo agitado dos adultos também permeia o mundo dos pequenos. É preciso garantir espaços livres para brincadeiras que, além do mais, contribuem inclusive à aprendizagem em sala de aula e fora dela.

Criança que brinca é criança capaz de construir, explorar e reinventar saberes, com autonomia, formação de identidade e ferramentas de socialização. Divertir para aprender, aprender para divertir.

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As aulas do método Systemic do Topmaster são interdisciplinares, e os tópicos são abordados por meio de recursos visuais, jogos, brincadeiras e atividades lúdicas.

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